Enquanto existir o espaço e os seres em sofrimento, continuarei a renascer no samsara para ajudar a todos os seres sencientes.
(Shantideva, Bodhicharyavatara)
Certos textos, como o Dashabhumika Sutra e o Rajaparikatha Ratnamala, descrevem os dez estágios que um bodhisattva deve atravessar até alcançar o estado de Buddha.
O segundo estágio é chamado Sem Mácula [sânsc. Vimala] porque as dez ações virtuosas do corpo, da fala e da mente são imaculadas e ele permanece nelas de modo natural. Pela maturação dessas qualidades, a perfeição da ética torna-se suprema; ele se torna um monarca universal que auxilia os seres, senhor dos quatro continentes gloriosos e das setes substâncias preciosas.
O terceiro estágio chama-se Brilhante [sânsc. Prabhakari] porque surge a pacificadora luz da sabedoria. Geram-se as concentrações e clarividências, enquanto o desejo e o ódio são de todo extintos. Pela maturação dessas qualidades, a perfeição da paciência torna-se suprema; extinguindo-se o desejo por completo, torna-se um grande e sábio rei dos deuses.
O quarto estágio é chamado Radiante [sânsc. Archishtamani] porque surge a luz da verdadeira sabedoria, na qual ele cultiva de modo supremo as práticas que auxiliam a iluminação. Pela maturação dessas qualidades, ele se torna um rei dos deuses no paraíso Yama, hábil em impedir o surgimento da concepção de que a conjunção transitória seja a natureza intrínseca.
O quinto estágio chama-se Difícil de Superar [sânsc. Sudurjaya] porque os perversos acham dificílimo subjugá-lo; ele se torna capaz de conhecer os significados sutis das verdades nobres e afins. Pela maturação dessas qualidades, ele se torna um rei dos deuses, que habita o paraíso Tushita, supera as fontes de aflição e as opiniões de todos os tirthikas.
O sexto estágio é chamado Aproximação [sânsc. Abhimukhi] porque ele se aproxima das qualidades de um Buddha; pela familiaridade com a quietude permanente e com a sabedoria diferenciadora, ele atinge a cessação e, portanto, avança na sabedoria. Pela maturação dessas qualidades, ele se torna um rei dos deuses no paraíso Nirmanarati. Os shravakas não podem superá-lo: ele pacifica os que têm o orgulho da superioridade.
O sétimo estágio é o Afastado [sânsc. Duramgama], porque o número de suas qualidades aumentou e em qualquer momento ele pode adentrar o equilíbrio da cessação. Pela maturação dessas qualidades, ele se torna um senhor dos deuses no paraíso Paranirmitavasavartin, torna-se um grande mestre de mestres porque conhece a realização direta das verdades nobres.
O oitavo estágio é chamado Imutável [sânsc. Achala], o estágio vigoroso; devido à sua não-conceitualidade, ele é imóvel e as esferas de atividade de seu corpo, fala e mente são inconcebíveis. Pela maturação dessas qualidades, ele se torna um Brahma, senhor de mil mundos; arhats, pratyeka-buddhas e afins não podem superá-lo em elucidar o significados das doutrinas.
O nono estágio é chamado Inteligência Perfeita [sânsc. Sadhuma]; como um regente, ele atingiu a realização individual correta e, portanto, tem inteligência perfeita. Pela maturação dessas qualidades, ele se torna um Brahma que é senhor de um milhão de mundos; os arhats e afins não podem superá-lo em responder às questões dos pensamentos dos seres sencientes.
O décimo estágio é a Nuvem do Dharma [sânsc. Dharma-megha] porque cai a chuva da doutrina excelente; o bodhisattva é consagrado com luz pelos Buddhas. Pela maturação dessas qualidades, ele se torna um senhor dos deuses de Morada Pura, ele é um grande soberano supremo, senhor da esfera da sabedoria infinita.
Assim, estes dez estágios são celebrados como os dez dos bodhisattvas; o que se refere ao Estágio de Buddha [sânsc. Buddha-bhumi] é diferente porque, inconcebível de todas as maneiras, diz-se que sua extensão ilimitada abraça os dez poderes; cada um de seus poderes também é incomensurável como o número ilimitado de todos os seres que transmigram. Afirma-se que o ilimitado das qualidades de um Buddha é igual ao do espaço, da terra, da água, do fogo e do ar, em todas as direções.
(Nagarjuna, Rajaparikatha Ratnamala)
Na China, quatro bodhisattvas são associados a montanhas sagradas: Avalokiteshvara (chin. Kuan-yin), Manjushri (chin.Wen-shu), Samantabhadra (chin. P'u-hsien) e Kshitigarbha (chin. T'i-ts'ang).
"Aquele que ouve os sons de todos os mundos", é o bodhisattva da compaixão, o mais venerado de todo o buddhismo Mahayana. Segundo as lendas, ele nasceu de um raio de luz, emanado pelo dhyani-buddha Amitaba. Das lágrimas de Avalokiteshvara, teria nascido Tara (chin. Tuo-luo, jap. Tarani, tib Drölma/ sgrol ma), o aspecto feminino da compaixão, que manifesta 21 emanações para ajudar os seres. Na China, onde Avalokiteshvara também é um ser feminino, sua montanha sagrada é P'u-t'o'-shan (província de Chekiang).
"Toda bondade"; protetor daqueles que ensinam o Dharma. No Tibet, ele é o bodhisattva das oferendas supremas; em seu aspecto dharmakaya, abraçando a consorte Samantabhadri, ele é o Buddha primordial da escola Ningyma representado a não-dualidade. Na China, sua montanha sagrada é O-mei-shan (província de Si-chuan).
"Fala nobre", o bodhisattva da sabedoria, que geralmente é representado com uma espada (para cortar as delusões) e uma escritura.
Na China, sua montanha sagrada é Wu-t'ai-shan (província de Shansi).
Segundo alguns textos, ele está no paraíso de Tushita e nascerá como um Buddha daqui a trinta mil anos. Na China, ele é popularmente conhecido como o "Buddha da Felicidade".
Um dos dharmapalas, ou protetores do dharma, associado aos meios hábeis, ao poder do método.
Seu aspecto irado simbolicamente representa que Vajrapani destrói os venenos mentais, como a ignorância, o ódio e o apego.
Na China, sua montanha sagrada é Chi-hua-shan (província de Anhwei).
"Aquele que abarca o espaço"; o guardião de bênçãos e tesouros infinitos, associado à sabedoria e à compaixão.
Diz-se que que todo aquele que praticar rigorosamente os seus métodos conseguirá alcançar a sabedoria de buddha e se tornar iluminado.
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